Considerado um dos investimentos mais seguros do mundo, os títulos do governo americano, os chamados US Bonds, são uma alternativa bastante válida, principalmente em um contexto de juros baixos nos Estados Unidos.
São três tipos de títulos: treasury bills (T-Bills), os treasury notes (T-Notes) e os treasury bonds (T-Bonds).
Pegando como exemplo um investimento inicial de US$ 10 mil dólares, com taxa de 4% e parcelas mensais de US$ 500, ao final de 10 anos, você teria US$ 316,4 mil. Sem dúvida, um bom rendimento.
Como qualquer investimento, é necessário efetuar um planejamento sobre o que se espera da compra desse tipo de papel. É possível estabelecer estratégias como a combinação de títulos com vencimentos diferentes, que estariam menos sujeitos à volatilidade.
É importante destacar que a relação entre bonds e taxa de juros acontece da seguinte maneira: quando o juro sobe, o valor do título cai. Então isso explica porque o Federal Reserve (Fed), costuma ser cauteloso quando mexe com as taxas de juros.
Outro ponto que de certa forma limita a atuação da autoridade financeira é que em caso de elevação da taxa básica, a dívida interna dos Estados Unidos, que já é alta, sobe ainda mais.
De acordo com a BM&FBovespa, que faz a comercialização de futuros no mercado brasileiro, a negociação desse tipo de título permite que o investidor nacional negocie uma nota com resgate em dez anos e ainda oferece facilidade na negociação ao investidor nacional, uma vez que os pagamentos dos ajustes diários e da margem de garantia são realizados em reais.
No entanto, as estatísticas mostram que o comércio de US Bonds ainda é restrito aos investidores institucionais e instituições financeiras, responsáveis por 100% do mercado.
E no Brasil, como vão os nossos “US Bonds”?
Por aqui, vivemos um momento em que a taxa Selic está em trajetória de queda. Neste aspecto é importante falar o quanto isso afeta a rentabilidade do Tesouro Direto.
Para conceituar essa ideia, é relevante observar que os títulos do governo brasileiro são divididos em três tipos: Tesouro Selic, Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+.
No caso do primeiro, por estar atrelado à taxa básica de juros, tem sofrido mais com as variações e queda da Selic. Por outro lado, apresenta uma lucratividade maior no curto prazo e é garantido pelo Tesouro Nacional.
Já o Prefixado, como o nome já diz, tem sua rentabilidade definida. Tomando como exemplo um título com vencimento em 2023, caso um investidor colocasse R$ 10 mil no dia 28 de novembro, recuperaria na data do vencimento o valor de R$ 15,1 mil, uma rentabilidade de 8,48%.
Por sua vez, o Tesouro IPCA+ garante rentabilidade mensal de 5,24% e ainda se soma a variação anual do IPCA, que deve ficar entre 3,8% e 4% nos próximos anos.
O investimento em Tesouro Direto é taxado pelo Imposto de Renda, que varia de acordo com o período da aplicação, ficando entre 15% e 22,5%.
Não podemos também deixar de lado o impacto da inflação na hora do cálculo desses investimentos de médio e longo prazo. Nos últimos 12 meses, a inflação brasileira está na casa dos 3.5%, já pelos índices do IPC a inflação anual de dezembro a dezembro em 2016 foi de 6,29%, em 2015, chegou a 10,67%, em 2014 foi de 6,41% e nos últimos 20 anos de 1997 até 2016 a inflação média acabou sendo de 6,28%, de acordo com os índices acima mencionados…
Pensando bem, os 8,48% de rentabilidade, mencionados acima, mais os impostos pertinentes aos ganhos, quando descontados a inflação não parecem ser um dos melhores rendimentos possíveis.
Lembre-se de desenvolver um planejamento financeiro de longo prazo onde todos esses impactos financeiros devem ser levados em consideração, principalmente impostos e inflação.
Para quaisquer dúvidas, entre em contato pelo e-mail: contato@rogercorrea.com.br.
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