A confiança nas tecnologias utilizadas no processo eleitoral é um dos pilares para que exista legitimidade na escolha de representantes políticos.
No entanto, para boa parte da população ainda existe desconfiança sobre o grau de segurança das urnas eletrônicas e até mesmo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), responsável pelo processo, realiza grande esforço para evitar boatos a respeito do tema.
Diversos meios de comunicação repercutiram, em agosto, uma pesquisa realizada pela empresa Avast, que mostrou que 91,84% dos brasileiros temem que o sistema eletrônico possa ser violado.
Ao mesmo tempo, procuradores e promotores públicos já manifestaram preocupação com o sistema de urnas eletrônicas, principalmente pelo fato de existir qualquer comprovante impresso do voto.
Em outro ponto que causou polêmica, um teste feito pelo TSE em 2017 mostrou que existiam falhas que poderiam facilitar a invasão de hackers.
Para complementar esse cenário, o candidato a presidente, Cabo Daciolo (Patriota) protocolou no começo do mês um pedido para que sejam usadas cédulas de papel nas eleições deste ano. Ao lado de sua vice Suelene Balduíno, o parlamentar foi até a sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com um documento que, segundo ele, provaria que existem fraudes nas urnas eletrônicas.
A peça cita o artigo 59, da lei 9.504/1997 (Lei das Eleições), que diz que o TSE pode, em casos excepcionais, determinar a votação usando as cédulas no lugar das urnas.
RESPOSTAS
Desde 1996, o TSE utiliza urnas eletrônicas nas eleições, sendo que o sistema foi totalmente implantado quatro anos depois.
Apesar de até hoje nenhum grande incidente ter sido registrado, o Tribunal reafirma sua confiança no modelo.
Em texto publicado em sua página oficial, o órgão afirmou. “A adoção do equipamento buscou ampliar a segurança dos pleitos, eliminando a intervenção humana no processo eleitoral, tanto na votação quanto na apuração dos resultados”.
No mesmo documento, o TSE trouxe algumas declarações do secretário de Tecnologia da Informação, Giuseppe Janino.
Em uma de suas falas, o especialista recordou caso de fraude ocorrido em 1982 durante as eleições para o governo do Rio de Janeiro e que envolveu a empresa Proconsult. “Na ocasião, foi evidenciado que houve desvio de votos na fase final da apuração, que estava fora do controle efetivo da Justiça Eleitoral”, relatou.
Ainda de acordo com o secretário, mesmo quando a totalização não era terceirizada, havia diversos meios de fraudes, tais como cédulas com votos em branco preenchidas disfarçadamente em favor de determinado candidato, votos nulos interpretados de acordo com a intenção de quem fazia a leitura, subtração de cédulas e inclusão de outras entre outras práticas. “A eleição brasileira era um cenário totalmente desacreditado com muita lentidão, erros e fraudes consolidadas”, destacou.
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