O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou nas últimas semanas uma guerra comercial, ao elevar as taxas relativas ao aço e ao alumínio.
Já é sabido que Trump não tem medo de polêmicas e suas decisões recentes têm causado reações das mais variadas pelo mundo todo.
O principal temor é que a deflagração de uma batalha entre os países, deixando a OMC (Organização Mundial do Comércio) em segundo plano, possa enfraquecer a economia de diversos países.
Em análise recente, o embaixador brasileiro Rubens Barbosa afirmou ao Jornal da USP que a medida pode causar problemas tanto nos Estados Unidos quanto nos países exportadores de aço e alumínio. “A medida está gerando reações no mundo inteiro.
O Brasil é o segundo exportador com 13% do mercado americado de alumínio, o que corresponde a 4 milhões de toneladas e US$ 2,5 bilhões. Muitas nações estão caminhando para ação coletiva na OMC e é possível que os países afetados, coloquem retaliação contra produtos americanos, principalmente na Europa e na China.
Seria problema para a economia mundial, geraria problemas para a indústria, com efeitos na produção setor automotivo e de linhas brancas por lá. Um problema sério para o consumidor americano”, destacou.
As novas tarifas de Trump entram em vigor em abril e serão de 25% pro aço e de 10% pro alumínio.
O impacto inicial para o Brasil traria possíveis perdas de US$ 3 bilhões, segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria).
A falta de consenso levou até a saída do principal assessor econômico de Donald Trump, Gary Cohn, que renunciou após ter protestado contra a decisão do presidente americano de elevar as taxas.
Outro país que também se posicionou contra as medidas foi a Alemanha, que por meio da Ministra da Economia, Brigitte Zypries, que considerou a medida uma “afronta”.
“É protecionismo, é uma afronta aos parceiros estreitos que representam a União Europeia e a Alemanha e ao câmbio livre”, lamentou Brigitte.
Cenário atual de Trump
O pano de fundo para a decisão de Trump pode ser uma tentativa de brigar diretamente contra a China, que conseguiu mexer com os preços mundiais da commodity.
Atualmente, o país asiático ocupa a 11ª posição na lista de países que mais fazem comércios com os Estados Unidos. Mas com um excesso de material fez com que outros produtores baixassem seus preços e isso afetou empresas americanas, que sentiram a necessidade de buscar outros mercados, como o brasileiro, por exemplo.
Alguns analistas de relações exteriores acreditam que a estratégia pode levar o governo americano a tensionar ainda mais as relações, numa tentativa de isolar a China.
Com este panorama, não seria exagero revisar a perspectiva otimista do FMI (Fundo Monetário Internacional) no começo do ano que reviu as expectativas para a economia mundial de 3,7% para 3,9% de crescimento para este ano.
Um dos pontos destacados pelo órgão foi justamente a reforma fiscal de Trump, que cortou impostos.
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