O Brasil vive um momento de expectativa sobre o futuro de sua economia. Um novo governo já prepara a transição e a esperança é que a retomada da crise seja rápida.
No entanto, enquanto aguarda por esse cenário mais otimista, o País registra uma saída considerável de multinacionais.
Em 2018, a empresa de cosméticos Lush anunciou o fim de suas operações por aqui e foi seguida pela Häagen-Dazs, fabricante de sorvetes, que apesar de seguir vendendo seus produtos no mercado brasileiro, decidiu fechar todas as lojas próprias.
A gigante WalMart, por sua vez, vendeu 80% de suas operações no País e caminho parecido foi seguido pela cervejaria japonesa Kirin, que vendeu sua participação no Brasil para a holandesa Heineken.
Já a varejista britânica, Accessorize, do conglomerado Monsoon, anunciou o fim da operação no Brasil em dezembro de 2016. A rede, que funcionava por meio de franquias, chegou a ter 32 lojas.
Em 2016, no auge da crise econômica, o Citibank foi vendido ao Itaú e no mesmo ano, o HSBC vendeu suas unidades para o Bradesco.
O momento negativo afetou até mesmo a presença das empresas brasileiras no exterior. De acordo com levantamento do BCG (Boston Consulting Group), divulgado pelo jornal Valor Econômico, entre 2009 e 2018, o Brasil caiu de 34 para 26 empresas na lista das 100 mais relevantes da América Latina.
Em meio à crise econômica, o Brasil teve 341,6 mil empresas fechadas em três anos. O comércio foi o segmento mais afetado, com 262,3 mil empresas fechadas neste período. É o que apontam as Estatísticas do Cadastro Central de empresas divulgadas nesta quarta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o levantamento, em 2016 havia pouco mais de 5,05 milhões de empresas ativas no país, o que representa uma queda de 6,3% na comparação com 2013, quando o número total de empresas ativas chegava a cerca de 5,4 milhões.
IMPACTO
Além do desemprego, que hoje chega 12,7 milhões de brasileiros, a crise econômica também afeta a percepção da população em relação à atuação do governo e também em temas relacionados à violência.
Em pesquisa apresentada recentemente pela FGV e conduzida por Marcelo Neri, 82% dos brasileiros não confiam no governo federal e 68% das pessoas também não se sentem seguras ao andar nas ruas.
Neste aspecto, o cenário de saída de empresas e de perspectivas de melhora da economia, ainda tímidas, agravam o quadro.
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