Pense um atleta americano, que teve sucesso. Ele provavelmente percorreu um caminho comum a tantos outros naquele país, com acesso a boas escolas e depois a uma universidade, o que possibilitou que chegasse até às grandes ligas (NBA ou NFL principalmente).
Agora peguemos o exemplo brasileiro. Um atleta de alto desempenho é obrigado a trilhar um caminho que passa por estruturas de treino precárias e pouco ou quase nenhum apoio no ambiente escolar para a prática esportiva. E muitas vezes, principalmente no esporte amador, também se vê motivado até a ir para do País para treinar e obter condições básicas para ter sucesso.
As diferenças entre os 2 cenários são bem profundas, não é mesmo?
Neste artigo vamos discutir os impactos que esse processo pode ter no planejamento financeiro e nas escolhas feitas nas carreiras de esportistas brasileiros e americanos.
O futebol é o esporte que mais movimenta dinheiro no Brasil e isso faz com que diversos clubes paguem salários altos. Vamos a um exemplo comum. Um determinado jogador começa nas categorias de base. Vai ganhando espaço e por volta dos 16 ou 17 anos desperta atenção de alguns times do exterior.
No esforço para segurar o jogador, o clube renova o contrato e aumenta seu salário. Vamos imaginar agora que esse atleta receba uma chance no time principal e comece a ser decisivo. É possível que um novo contrato seja assinado e o salário chegue a um nível ainda mais elevado.
Neste aspecto, como é feita a preparação desse atleta? É disponibilizada alguma orientação para ele?
A resposta é não para a maioria dessas perguntas. É razoável imaginar que boa parte desses garotos que ‘estouram’ em um clube grande são oriundos de classes mais baixas e de repente passam a ganhar somas que eram impensáveis anos antes. E nesse panorama também começam a gastar mais e mais.
Neste ciclo vicioso as possibilidades de se desperdiçar o patrimônio são grandes e justamente por isso é necessário um planejamento financeiro eficiente.
Além disso, há também uma questão cultural, que remete ao início deste texto. Sem uma cultura de poupar e de traçar metas, muitas vezes inerente ao brasileiro, histórias de dificuldades após o encerramento da carreira são bastante comuns.
FUTURO Por outro lado, nos Estados Unidos, apesar de muitos atletas também encontrarem problemas financeiros, existe uma cultura que propicia o uso de estratégias para construção de patrimônio e planejamento financeiro.
Em outro texto recente, falamos sobre o tamanho das agências, que negociou US$ 45,7 bilhões em contratos de atletas profissionais, somando mais de US$ 2,35 bilhões em comissões, um aumento de quase 10% nos últimos anos. Boa parte dessas empresas oferecem planos de carreira e aconselhamento a todo o tipo de atleta, desde os iniciantes até os mais experientes.
Já em outro aspecto, há uma cultura no esporte americano de continuidade na equipe, mesmo após o encerramento da carreira. Na NFL, o ex-quarterback John Elway após anos de sucesso no Denver Broncos, hoje é o general manager da franquia.
Por fim, fica a mensagem. Planejar, estabelecer metas e ter disciplina são características comuns a todo o bom esportista. E não é diferente na vida financeira. A hora para começar é agora.
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