Nenhum ser humano é imortal. A atual pandemia tem mostrado essa verdade absoluta e ensinado ao brasileiro, da pior maneira possível, que somente em momentos como esse é que a maioria das pessoas passa a se preocupar com o próprio futuro e com as condições que deixará para a sobrevivência de seus filhos.
Para começar a nossa conversa trago duas reflexões. A primeira é que nossa cultura tem um princípio básico de que não morremos e que tudo pode ser deixado para depois.
A outra constatação é que nem sempre as pessoas planejam as suas vidas e nem sempre pensam em temas como sucessão e herança.
Vamos a alguns pontos que corroboram essa visão.
De acordo com levantamento feito pela plataforma Bidu, a procura por seguros de vida teve aumento de 150% entre março e abril deste ano, na comparação com igual período de 2019.
Ainda conforme a empresa, entre as cláusulas mais procuradas pelas pessoas estão a cobertura adicional para doenças graves.
Entre estas estão o câncer, infarto, insuficiência renal, acidente vascular cerebral (AVC), paralisia, cegueira, mal de Parkinson e Alzheimer e etc.
Para obter a cobertura adicional, é necessário entender e consultar antes as coberturas básicas de um seguro de vida, que envolvem acidentes pessoais e morte. Além disso, é preciso cumprir um período de carência - geralmente de 90 a 120 dias - para ter direito à indenização por uma doença grave.
Ainda neste aspecto, muitas seguradoras adaptaram seus produtos para que passassem a atender também os casos de coronavírus.
Os impactos da pandemia no mercado de seguros ainda estão sendo mensurados, mas alguns estudos mostram o tamanho do desafio.
Segundo a consultoria KPMG, a maioria das seguradoras aprendeu as lições do surto de SARS de 2003 e introduziu cláusulas de exclusão para doenças transmissíveis e epidemias/pandemias na maioria dos produtos não-vida, como a interrupção de negócios e seguro de viagem.
Já o cancelamento de eventos pode causar maiores prejuízos para as seguradoras, sendo que alguns eventos grandes têm políticas que podem cobri-los mesmo em casos epidemias ou pandemias.
Em outro aspecto, a KPMG alerta que o setor de resseguros possa sofrer um impacto relativo, já que as seguradoras reivindicam os custos de cobertura deles acima de um certo limite. Uma grande resseguradora global, por exemplo, foi citada como tendo exposição de mais de 500 milhões de euros, caso todos os eventos cobertos fossem cancelados devido à pandemia.
No entanto, existem duas áreas potencialmente grandes a serem observadas dentro do ramo não-vida.
Em primeiro lugar, a securitização de crédito, cobrindo empresas contra dívidas que não podem ser pagas por seus clientes ou fornecedores. Esse é um mercado global de US$ 11 bilhões - e, se um número crescente de empresas encerrar suas atividades devido aos impactos do coronavírus, as seguradoras podem enfrentar reivindicações em rápida espiral.
A KPMG apontou que “há preocupações específicas de que, ao lado de algumas grandes empresas nos setores mais afetados, as PMEs em muitos mercados possam ser atingidas com força devido à interrupção da cadeia de suprimentos e a uma crise nos níveis de negócios. O custo disso pode depender muito de quão ruim a pandemia se torna, até que ponto as medidas de contenção afetam diferentes tipos de negócios e quanto tempo dura”.
É difícil determinar o impacto no seguro de saúde em nível global, porque os impactos serão muito diferentes de país para país. Isso ocorre porque o número de casos e mortes reais pode variar muito devido à composição variada da própria cobertura de saúde.
Em alguns países, como os Estados Unidos, por exemplo, a maioria dos serviços de saúde é prestada de maneira privada (exceto para os idosos, onde o Medicare desempenha um grande papel), enquanto em outros, como na Europa e no Canadá, há uma oferta pública muito maior. Na Ásia, os sistemas nacionais de saúde geralmente são imaturos e há muita cobertura privada.
“A questão principal atualmente na maioria dos países é permitir o teste rápido de indivíduos, particularmente pessoas em populações vulneráveis, como idosos ou pessoas com condições de saúde subjacentes, especialmente sistemas imunológicos comprometidos”, completou o relatório.
Na maioria dos países, esse teste é gratuito (fornecido pelos governos) ou os custos estão sendo dispensados pelos profissionais de saúde e ou seguradoras de saúde. O tratamento gratuito, no entanto, não é universal e esses custos podem ser substanciais.
Por sua vez, a consultoria Deloitte pontuou que a volatilidade do mercado, a mudança no comportamento do consumidor e as taxas de mortalidade ainda incertas devem ser levadas em consideração.
Segundo o relatório da empresa, o impacto final na mortalidade do covid-19 pode depender do momento e eficácia das soluções de vacinas e tratamentos. “No entanto, até o momento, a experiência demonstrou um risco aumentado de mortalidade de idosos e indivíduos com comorbidades”, concluiu.
O impacto nas tendências da mortalidade refletirá um equilíbrio entre aumento da mortalidade a curto prazo combinado com maior atenção às melhorias sociais e de cuidados de saúde no longo prazo. Os atores do mercado de seguros precisarão considerar reduzir ou eliminar considerações de melhoria nos próximos dois anos, bem como entender o impacto de cenários mais positivos.
“As empresas devem estar preparadas para continuar cumprindo suas responsabilidades fiduciárias, adaptar operações para executar com sucesso em um mundo virtual,
e continue a oferecer atendimento ao cliente de alta qualidade no momento em que os clientes mais precisam. Como ações regulatórias e de gestão as funções financeira e atuarial devem demonstrar agilidade para atender às mudanças no cenário e nas expectativas”, finalizou o estudo da Deloitte.
PLANEJAMENTO FINANCEIRO
Com todo esse cenário desafiador colocado, chega a hora de pensar em uma questão importante. O seu planejamento sucessório está feito? Se você vier a faltar amanhã, a sua família estará amparada?
Justamente por isso é necessário pensar além da adoção de uma estratégia de seguros de vida (link https://www.rogercorrea.com.br/post/mercado-secund%C3%A1rio) mas também em outras estruturas de sucessão. Até porque se as condições financeiras não forem boas, as pessoas que dependem de você não estarão atendidas e terão que abandonar projetos para acessarem ao mercado de trabalho, cada vez mais concorrido e com menos oportunidades.
Convido você para mais uma vez para conhecer as possibilidades de planejamento financeiro (link https://www.rogercorrea.com.br/post/pandemia-refor%C3%A7a-necessidade-de-planejamento-financeiro-e-prote%C3%A7%C3%A3o-patrimonial)
Para mais informações entre em contato conosco: https://www.rogercorrea.com.br/contato
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