A perspectiva de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil pelo segundo ano consecutivo, ainda que de forma tímida, joga uma luz sobre os efeitos da crise econômica e o quanto ela foi arrasadora para o País.
Para este ano, a projeção é de expansão de 1,4% no índice, na sequência de um aumento de 1% observado em 2017.
Segundo o Banco Central, a expectativa é que em 2019, o PIB seja acelerado em 2,4%. “É fundamental destacar que essa projeção é condicionada à um cenário de continuidade das reformas, notadamente as de natureza fiscal, e ajustes necessários na economia brasileira”, destacou o BC.
Além disso, a entidade também acrescentou que a greve dos caminhoneiros afetou a projeção que foi revisada para baixo (de 1,6% para 1,4%). “A revisão reflete a incorporação dos resultados do PIB no segundo trimestre e o arrefecimento na atividade econômica após a paralisação no setor de transporte de cargas, ocorrida em maio”, informou a entidade monetária.
É interessante ressaltar que ao longo desse período, o PIB per capita nunca cresceu acima do PIB nominal, o que mostra agravamento da geração de renda e o empobrecimento da população. No auge da crise, em 2016, o PIB nominal foi de -3,5% enquanto a retração do indicador per capita caiu 4,2%.
Na comparação com outros países da América Latina, partindo de dados do FMI (Fundo Monetário Internacional) o Brasil ainda sofre para manter uma trajetória de crescimento. Entre as economias da região, algumas não tiveram crescimento negativo nos últimos 10 anos, como a Colômbia e o Uruguai.
Por outro lado, a Venezuela é um caso que chama a atenção. Entre 2008 e 2018, a economia do país praticamente derreteu, indo de um crescimento de 5,3% para uma queda de 18% no PIB.
INVESTIMENTO
De acordo com os dados do FMI, a relação entre investimento direto e o PIB do Brasil é uma das menores da região. A estimativa para 2018 é que o total corresponda a 16%, enquanto na Argentina esse valor deve chegar a 23% e no Chile a 22,4%.
Em 2017, a proporção de investimento no PIB ficou em 15,6%, a menor da série do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O maior percentual já registrado foi no terceiro trimestre de 2013, quando atingiu 21,52%.
O indicador aponta para uma retomada lenta da economia brasileira e será um grande desafio para o próximo presidente.
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