Donald Trump tem empreendido desde o começo do ano uma série de medidas que fomentaram o possível início de uma guerra comercial.
Tudo começou após o presidente norte-americano resolver elevar as taxas alfandegárias para uma lista de produtos que vão do aço, passam pelos automóveis e chegam até a produtos agrícolas como a soja.
A disputa causa uma série de problemas nas relações comerciais dos Estados Unidos com a China e com a União Europeia.
No caso do país asiático, os efeitos ainda não estão tão claros. Mas somente a taxação para a indústria automobilística deve afetar os negócios de diversas empresas americanas por lá.
De acordo com o jornal O Globo, no começo de julho os Estados Unidos começam a aplicar tarifas a US$ 34 bilhões de importações chinesas, muitas das quais consistem em partes usadas para fabricar produtos como motores de barcos e turbinas elétricas.
Em represália, a China já avisou que vai impor tarifas no mesmo dia, incluindo os carros importados dos EUA. As tarifas deixariam sem efeito a redução de 25% para 15% para todos os veículos importados.
Isso tem impacto direto para montadoras que enxergam muito potencial no mercado chinês e que terão uma boa parte de suas vendas afetadas em um ambiente que já é por si só bastante competitivo.
Além disso, diversos países manifestaram preocupação em documento entregue à OMC (Organização Mundial do Comércio). A alegação é que a elevação das taxas e as represálias que afetariam a própria existência da entidade.
A Câmara de Comércio dos Estados Unidos criou um site no qual detalha diversos impactos que as medidas do governo terão para a economia do país.
A Califórnia, por exemplo, teria sua balança comercial afetada em US$ 5,6 bilhões, sendo prejudicada em produtos como pão, molhos e condimentos.
A Flórida, por sua vez, sofreria com uma queda de US$ 713 milhões, perdendo competitividade na venda de barcos, motores de barcos e café.
Por fim, o Texas teria sua principal venda, de petróleo, prejudicada em US$ 3,9 bilhões.
Efeitos da guerra comercial
Entretanto, a batalha pode trazer alguns efeitos positivos para o Brasil. Um exemplo disso é que com a sobretaxa sobre a soja, o produto americano ficou mais caro na China, que é um grande comprador e pode optar por elevar suas compras do nosso País.
Outro impacto positivo é a possível transferência de plantas de companhias automobilísticas para cá. Na América Latina, o Brasil e o México produzem boa parte dos veículos exportados para os outros países da região, para a África e para União Europeia.
Para completar o quadro, acordos bilaterais e até mesmo entre Mercosul e a UE podem ser acelerados, como uma alternativa ao cenário atual.
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