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Foto do escritorRoger Correa

FIFA e o tamanho do futebol mundial

A FIFA, entidade que organiza o futebol no mundo todo, recebeu uma oferta de US$ 25 bilhões para a criação de dois novos torneios mundiais para clubes. 



O assunto acabou sendo envolto de mistério, principalmente pelo fato do consórcio que teria feito a proposta não ter revelado o nome de todos os integrantes e nem mesmo o presidente da FIFA, Gianni Infantino, ter dado mais detalhes a respeito do assunto.


De acordo com o New York Times, o valor oferecido teria como origem fundos de investimento do Oriente Médio e da Ásia.


Caso o assunto vá adiante – o conselho administrativo da FIFA solicitou mais explicações – pelo menos duas conclusões podem ser tiradas.


A primeira, mais óbvia, é que os principais times do mundo e as grandes ligas estão travando uma verdadeira batalha para capitalizar ainda mais seus negócios e encontrar formas de tornar o esporte ainda mais lucrativo.


Neste aspecto, as estratégias são diversas e envolvem a expansão dos investimentos em escalas cada vez maiores.


Um exemplo disso é a concorrência cada vez maior para a comercialização dos direitos televisivos das principais competições europeias. Recentemente, a Premier League (Primeira Divisão da Inglaterra) assinou acordo com a Sky e com a BT Sports no valor de 5,14 bilhões de libras.

A receita dos 20 clubes da primeira divisão inglesa, na temporada 2016/17, somou US$ 6,3 bilhões, um aumento de 25% na comparação com o campeonato interior.

Outro ponto que merece atenção é que diversos times do Velho Continente passaram a firmar parcerias com clubes da China. Isso acontece porque o futebol chinês tem dado mostras de querer crescer e por lá há um forte público consumidor.


Nos últimos meses, o Schalke 04, da Alemanha, fez um acordo com o Hebei China Fortune FC no valor de US$ 12 milhões. A parceria inclui o desenvolvimento das categorias de base e suporte ao departamento de análise de desempenho do time asiático. O Hebei tem em seu elenco atual nomes como o argentino Mascherano (ex-Barcelona) e o brasileiro Hernanes e é comandado pelo chileno Manuel Pellegrini.


Por fim, o sucesso do futebol nos Estados Unidos já inspira uma aproximação ainda maior com os principais players do mercado. Miami receberá entre os dias 15 e 16 de novembro deste ano uma edição especial da Soccerex voltada para o país e para a região.


No encontro devem ser discutidos temas como o futebol feminino, conexões entre o futebol dos Estados Unidos e do México, engajamento de fãs e torcedores nas redes sociais e ainda a tecnologia dos estádios.


A previsão é que times europeus, como Paris Saint-Germain e Borussia Dortmund tenham representantes, assim como as ligas norte-americanas MLS, NFL, NBA e MLB, além de empresas como Coca-Cola e Google.


Mancha

Por outro lado, o cenário de expansão também sugere alguma cautela. A FIFA foi alvo desde 2015 de diversas operações policiais e investigações contra seus dirigentes.


Quando isso se soma a investimentos misteriosos, ainda mais em acordos que podem transferir direitos de organização de competições, o alerta fica ligado.


Cabe lembrar que em um modelo parecido de negócio, firmado no final dos anos 1990, com a ISL, terminou com processos e denúncias de corrupção contra a entidade principal do futebol.

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