O Brasil tem uma das cargas tributárias mais pesadas do mundo. E isso afeta diretamente todas as profissões, inclusive a área de odontologia.
No entanto, existem estratégias para amenizar o impacto dos impostos na saúde financeira do seu consultório.
O primeiro passo é definir se atuará como pessoa física ou jurídica e entender as particularidades de cada regime de tributação.
No caso de optar pela modalidade de pessoa física, o profissional poderá deduzir no IR (Imposto de Renda) os gastos referentes à operação do consultório como contas de aluguel, água, luz, salários de funcionários, contas de consumo e materiais utilizados, entre outras despesas.
Por outro lado, a tabela do IR prevê deduções a cada faixa de rendimentos. Para valores até R$ 1.903,68 não há tributação, para faturamentos entre R$ 1.903,99 e R$ 2.826,65 a parcela é de R$ 142,80. Na faixa entre R$ 2.826,66 e R$ 3.751,05 a cobrança fica em R$ 354,80 e na fatia de valores entre R$ 3.751,06 e R$ 4.664,68. Já para valores superiores a R$ 4.664,68 a mordida do ‘Leão’ sobe para R$ 869,36.
Caso opte pela modalidade de PJ o profissional terá que montar um quadro societário, que pode abrigar ou não outros dentistas. E a tributação obedece à uma lógica diferente, na qual a folha de pagamento e outros fatores estão de acordo com o dentista Mauricio Motta, no site Ortociência, “na legislação estão as regras específicas para a abertura de empresas constituídas por profissionais que atuam na área da Saúde, na qual mais uma vez a especialidade torna-se fundamental. Ao optar por uma empresa, o recolhimento dos tributos e suas obrigações perante o Fisco implicam requisitos diferentes da pessoa física. De forma geral, o cálculo dos tributos se refere ao faturamento”, comentou.
Ainda conforme o especialista, no cenário brasileiro, existem algumas opções de tributação, como o lucro presumido e Simples Nacional.
Cada uma deles há regras que são aplicadas e regidas pelo contabilista juntamente com a equipe administrativa da empresa.
MODELOS
O lucro presumido é um modelo tributário no qual a Receita estima o lucro da empresa conforme o ramo em que atua. Para a Odontologia a base de cálculo é de 32% do faturamento bruto. Sendo assim, os impostos da pessoa jurídica, como IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica), CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido), PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social) são gerados a partir dessa alíquota.
Já o Simples Nacional é uma forma de tributação que unifica todos os tributos e uma guia só. Para este ano, a faixa de cobrança ficou assim: alíquota de 6% para faturamento até R$ 180 mil e faixas progressivas que vão de 11,2% até 33% para faturamentos até R$ 4,8 milhões.
O Simples Nacional oferece uma gestão mais fácil com todos os impostos em uma única guia e também garante redução no pagamento de impostos sobre os funcionários registrados.
A escolha do melhor modelo depende principalmente de uma análise apurada da situação financeira do consultório, das projeções de receitas e de uma assessoria financeira confiável.
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