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Foto do escritorRoger Correa

Câmbio sofre variações no período eleitoral

Variações diárias superiores a 1%, indefinição sobre o futuro e temores a respeito da eleição fazem com que o mercado cambial viva uma verdadeira gangorra nos últimos meses.


Isso acontece pela tentativa dos agentes do mercado de preverem os próximos passos da eleição mais imprevisível dos últimos anos.


Por mais que o cenário de um segundo turno entre o deputado Jair Bolsonaro (PSL) e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) seja o mais possível, as especulações e os resultados das pesquisas eleitorais deixaram o cenário mais instável. 


Entre os dias 19 e 27 de setembro, o dólar comercial teve queda de 3,36%, a R$ 3,99, chegando a variação diária negativa de 1,3% no dia 20, por exemplo.


No começo das eleições, o sentimento era de que Geraldo Alckmin (PSDB) seria o principal nome que traria estabilidade. Ao ver que o candidato não decolou, as apostas foram em sua maioria para a ideia de que Bolsonaro, ao recrutar Paulo Guedes, teria uma visão mais liberal e pró-mercado.


Ao mesmo tempo, Haddad tem tentado estabelecer pontes e elegeu emissários para amenizar a impressão de que seu governo seria radical e também para afastar o desastre que foi a última gestão petista.


HISTÓRICO As eleições de 2002 foram marcadas por uma turbulência grande também. Na ocasião, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), hoje preso, tinha bom desempenho nas pesquisas e percebendo que as chances de chegar ao Planalto eram enormes, soltou a famosa “Carta ao Povo Brasileiro”, na qual se comprometeu a respeitar contratos e adotar uma política econômica em linha com o que vinha sendo feito.


Naquele pleito, com valores atualizados, o dólar chegou a marca de R$ 6,40 e a própria transição entre Lula e FHC teve como foco alivar os temores dos agentes.


No caso de 2018, há uma precificação em curso e a não ser que mais algum evento inesperado (algo parecido com a facada sofrida por Bolsonaro), a tendência é de variações mais fortes em dias de pesquisa, com o stress maior concentrado nos dias 5 de outubro (véspera da eleição) e no dia 8 de outubro, o chamado day-after.

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