As eleições deste ano foram um verdadeiro furacão para o Congresso brasileiro. Nomes tradicionais ficaram de fora, partidos grandes perderam representatividade e uma agenda mais liberal ganhou espaço.
Boa parte dessas mudanças mais profundas na composição do Poder Legislativo vieram na esteira da eleição de Jair Bolsonaro e entender como será a nova Câmara e o novo Senado podem ser a chave, por tabela, para analisar o próximo governo.
O primeiro aspecto da eleição é que o número de partidos representados aumentou de 25 para 30. Isso pode se refletir em uma dificuldade adicional para Bolsonaro, mas a cláusula de barreira pode estimular fusões e formações de bancadas.
Este dispositivo restringirá o número de partidos com acesso ao Fundo Partidário (estimado em R$ 888 milhões para 2018) e ao tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV. Assim, o Congresso tende a ser menos fragmentado, o que facilitará a governabilidade.
A transição até 2030 deve fazer com que a cláusula de barreira cresça gradualmente. Nas eleições posteriores a 2030, o desempenho mínimo exigido seria o mesmo do pleito de 2030.
Entre as siglas que ganharam deputados estão o Novo, que fez 8 deputados, o PPL (Partido da Pátria Livre) e o DC (Democracia Cristã).
O grande vencedor, em termos de crescimento de bancada, foi o PSL, de Bolsonaro, que saltou de 1 para 52 deputados, entre eles os mais votados do País: Eduardo Bolsonaro e Joice Hasselmann.
No Senado, a fragmentação foi ainda maior, com o MDB mantendo o maior número de senadores, com 12, seguido pelo PSDB (8), PSD (7) e DEM (6). O PT, por sua vez, fez 6 parlamentares.
O PSL fez 4 senadores, enquanto a Rede, de Marina Silva ficou 5 e o PSB com apenas 2.
DISCUSSÕES
A ascensão do PSL e do Novo como forças na Câmara mostram que o campo de debates na Câmara Federal foi ampliado.
Agendas mais liberais e ligadas à Segurança Pública, à religião e ao agronegócio tendem a movimentar mais os novos parlamentares.
Outro ponto que merece atenção na composição do Congresso que tomará posse em março do ano que vem é que houve queda na média de idade, com pelo menos 5 deputados com menos de 25 anos.
A transformação deixou de fora nomes conhecidos como o atual presidente do Senado, Eunício de Oliveira (MDB-CE), Romero Jucá (MDB-RR) e Edison Lobão (MDB-MA).
Nomes que apareceram bem em pesquisas também fracassaram, como a ex-presidente Dilma Rousseff (PT-MG) e do ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
Na Câmara, deputados como Beto Mansur (MDB-SP), Nelson Marquezelli (PTB-SP), Cristiane Brasil (PTB-RJ) e Jovair Arantes (PTB-GO) não conseguiram a reeleição.
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