Apesar do novo governo de Jair Bolsonaro ainda estar sendo montado, o grande fato neste momento foi a chegada do juiz federal Sérgio Moro como ministro da Justiça.
A opção por uma ‘grife’ como Moro traz perspectivas animadoras, como um compromisso com o combate à corrupção, uma estrutura mais forte na Segurança Pública e ainda a chegada de um profissional de competência ao mandato.
Como já falamos aqui, as reformas tendem a dominar o começo do próximo governo, mas ainda existem outras perspectivas que merecem atenção.
A primeira é sobre como será a relação com o Congresso. Mesmo tendo sido parlamentar por quase 30 anos, Bolsonaro chegou ao poder como um discurso e postura anti-políticos.
O peso disso e as dificuldades naturais de um novo modelo político – o PSL fez 52 deputados federais e seis senadores – devem ser observadas, principalmente em um contexto onde o governo opta por negociar com bancadas (evangélica, ruralista e de segurança) ao invés de lideranças partidárias.
As reformas dependerão principalmente da capacidade de articulação e dos apoios que o governo terá. Será necessária uma quantidade razoável de votos para a aprovação de projetos importantes.
Além disso, a rejeição natural ao PT pode criar um novo pólo de oposição, liderado por outros políticos, como Ciro Gomes.
Já a relação de Bolsonaro com a imprensa também promete ser polêmica. Existe a promessa de mudanças profundas no formato de distribuição de verbas de propaganda governamental.
Neste panorama, as tensões dos dois lados serão constantes e a cobertura jornalística do novo governo tende a ser bastante complicada.
NOVO EIXO
Por sua vez, Bolsonaro já manifestou aproximação com Israel e essa já foi a primeira grande polêmica diplomática. Um retorno às relações comerciais com os Estados Unidos é outro aspecto que já aparece no radar.
Já a China, que observou com certa cautela a eleição do novo presidente, não deve ser descartada como parceira comercial, principalmente por investimentos em infraestrutura.
Mesmo porque obras não faltam para o Brasil. De acordo com o TCU (Tribunal de Contas da União), o País tem pelo menos 12 mil obras paradas. Auditoria da Corte apontou que 30% de 40 mil empreendimentos espalhados em todo o Brasil estão paralisados.
O Tribunal apontou que pelo menos 2,8 mil obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) estão paradas. As paralisações estão espalhadas por vários setores: 670 obras de saneamento; 400 de creches; 192 de unidades básicas de saúde; 38 de mobilidade urbana; 28 de rodovias; 8 de ferrovias; 4 de energia elétrica; 2 de petróleo e gás, entre outras áreas.
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