As perspectivas de crescimento da América Latina seguem boas, apesar de ainda conservar alguns riscos. De acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), entre este ano e 2019, apenas dois países devem crescer acima de suas médias históricas: Paraguai (4,5% e 4,1%) e Uruguai (3,4% e 3,1%).
Por outro lado, o restante da região também deve ter expansão do PIB, mas em linha com o que vinham crescendo nos anos recentes.
A Venezuela é o único país da região que deve ter retração, de 15% neste ano, e de 6% no ano que vem.
Para entender o momento atual da economia da América Latina vamos falar do que acontece em cada país. Ao final do texto, traçamos um conjunto de riscos que poderão afetar o cenário positivo.
O nosso vizinho Uruguai vive um momento diferente. Após a crise de 2002, na Argentina, o país sofreu com a fuga de capitais e teve uma séria crise bancária. A solução foi segmentar a economia em setores que poderiam fornecer valor agregado.
A estratégia se revelou acertada e o país obteve impulso na venda de serviços de informação e de criação de software. Isso foi fruto de investimentos mais elevados em ciência e tecnologia.
Já o Paraguai fez uma aposta no equilíbrio da participação dos setores em sua economia. Conhecido por ser tradicionalmente ligado ao setor agrícola, o país conseguiu obter investimentos na área industrial e comercial.
Com a redução de alíquotas e mão-de-obra barata, o Paraguai passou a receber plantas de empresas brasileiras, como a Riachuelo.
A Argentina, por sua vez, vive uma fase mista. Se o retorno da credibilidade e a expansão de algumas empresas mantiveram consistência, a inflação ainda atormenta os argentinos.
Em uma entrevista recente, o presidente Maurício Maccri admitiu que o aumento de preços pode chegar a 30% em 2018 e liberou aumento de tarifas, como da energia elétrica.
O Chile tem como marca a estabilidade política, representada pela alternância entre governos de esquerda e liberais. Com a volta de Sebástian Piñera ao poder, é esperado que acordos comerciais beneficiem o país. Neste momento há tratativas com o Brasil e os chilenos já mantém laços com a União Europeia e Japão, o que dá competitividade à economia daquela nação.
Na Colômbia, as expectativas de crescimento de 2,7% em 2018 e de 3,3% em 2019 ocorrem devido à flexibilização de políticas econômicas e de um ambiente global favorável “Uma política fiscal levemente expansionista, impulsionada por maiores gastos governamentais, juntamente com os efeitos defasados da flexibilização da política monetária em 2017, apoiará a demanda doméstica. O investimento está projetado para aumentar fortemente graças a projetos de infraestrutura, projetos do setor de petróleo e a reforma tributária de 2016”, destacou o FMI.
Por fim, o México pode se beneficiar do maior crescimento dos Estados Unidos, assim como da demanda interna mais forte, uma vez que a incerteza diminui sobre o resultado da renegociação do NAFTA. A previsão é que o país tenha o PIB expandido em 2,3% neste ano.
RISCOS Entre as possibilidades das previsões do FMI serem frustradas estão a incerteza política – crise venezuelana e eleições no Brasil – as tensões geopolíticas se acentuaram novamente por conta dos problemas da Venezuela.
Além disso, as medidas mais protecionistas do presidente americano Donald Trump também podem afetar a economia global.
O Fundo também recomendou que os países sigam com melhorias em infraestrutura, no combate à corrupção e na abertura dos mercados.
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