Se os Estados Unidos possuem hoje boas perspectivas de crescimento, – devido em boa parte a medidas tomadas pelo presidente Donald Trump – essa vantagem também pode ir por água abaixo devido a atuação do homem mais poderoso do mundo – o dono da Amazon.
Tudo isso acabou sendo ressaltado nos últimos dias, após uma série de ataques desferidos diretamente contra a Amazon, liderada por Jeff Bezos. O mote da briga entre os dois gigantes se dá pelo valor pago aos correios pelas entregas da Amazon em todo o território norte-americano.
Entre as argumentações do presidente Trump, está a ilação de que a Amazon têm dado prejuízo aos correios dos Estados Unidos. O tweet mais recente trouxe a seguinte mensagem. “”ELE PERDE UMA FORTUNA, e isso será mudado. Além do mais, nossos varejistas que pagam seus impostos integralmente estão fechando lojas em todo o país… não é uma igualdade de condições!”.
O ataque direto, por sua vez, já trouxe consequências ao mercado financeiro. No dia 3 de abril, o índice Nasdaq, que mede o comportamento das ações de empresas não-financeiras, teve forte redução devido à postura mais agressiva do presidente, encerrando o dia com baixa de 2,74%.
De acordo com analistas políticos, a ira de Trump com Bezos e por tabela com a Amazon teve início durante as eleições de 2016 e estão ligados à época em que era candidato e o jornal Washington Post, de propriedade de Bezos, o criticava em seus editoriais.
Entre as acusações feitas no período de campanha estão a alegação de que o dono da Amazon usava o jornal para fazer um suposto lobby contra a taxação de seus negócios.
O impacto da Amazon nos Estados Unidos
De acordo com estimativa baseada na desvalorização das ações após o início da artilharia de Trump, o prejuízo já teria chegado a US$ 75 bilhões com queda de 11% no valor real dos papéis.
O fato é que as alterações de humor do presidente dos Estados Unidos causam apreensão pelo efeito que podem ter no mercado.
A elevação da tributação contra a China, por mais que esteja respaldada por alguma parte do arcabouço jurídico do país e que represente uma disputa comercial, gera incertezas para os agentes econômicos.
Ao mesmo tempo, o estilo de Trump também pode representar uma oportunidade para quem apostar nos próximos alvos do presidente.
Além disso, deve estar no radar dos investidores os impactos reais da guerra comercial prometida contra a China e seus parceiros.
Pelo volume de negócios e pelo tempo que este imbróglio deve levar na OMC (Organização Mundial do Comércio), o mercado financeiro deve sofrer com instabilidades ao longo deste ano.
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