O Brasil viveu na última semana um momento histórico. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, foi preso no dia 7 de abril por crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Foi a primeira vez que um presidente foi detido por crime comum.
Vamos falar neste texto sobre os impactos que esse movimento terá nos ambientes político e econômico do País nos próximos meses.
De início, as eleições presidenciais receberam um forte abalo. Primeiro porque haverá dúvida sobre a presença ou não do petista no pleito. Brechas na legislação podem causar a incrível situação dele poder fazer campanha, mesmo estando preso.
O segundo passo é saber quem herdará os potenciais votos de Lula. O campo da esquerda está fragmentado, com candidaturas de nomes como Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (Psol) e de Manuela D’Avila (PCdoB). O que pode dificultar uma união entre esses nomes com o possível candidato do PT, caso Lula não concorra.
Entre os concorrentes, o quadro mais possível hoje mostra que a disputa promete ser acirrada. Informações extra-oficiais dão conta que as primeiras sondagens eleitorais trarão Jair Bolsonaro (PSL) com distância relativamente grande no primeiro lugar, deixando que a batalha pelo segundo turno seja animada.
Outro ponto que merece ser abordado é como a prisão vai repercutir na sociedade. Houve comemoração em algumas cidades no momento em que Lula foi detido pela Polícia Federal. A forma como esse fato vai ser interpretada, principalmente no eleitorado tradicional do petista, será um tema a ser desvendado por cientistas políticos.
Alívio e atenção com a prisão de Lula
O primeiro desafio do mercado será definir uma aposta em algum candidato que represente seus anseios. Com o cenário indefinido, essa busca deve levar alguns meses. Esse período tende a trazer alguma instabilidade nas bolsas, juros e câmbio.
Além disso, como já falamos algumas vezes, o período das eleições tradicionalmente traz mudanças bruscas de cenário e isso afeta o dia a dia do mercado.
Por fim, é necessário destacar que caso Lula seja solto antes das eleições, algo que parece provável, sua presença na disputa trará ainda mais apreensão.
Se tem algo que não está no radar dos investidores é justamente um candidato que prega contra as reformas e que acena para a radicalização, tanto no campo político, quanto no campo econômico.
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